O uso dos PORQUÊS

Por que a Língua Portuguesa precisa de tantos porquês?

A Língua Portuguesa precisa de tantos porquês, por quê? Por quê?

Acho que é porque os linguistas não tinham o que fazer. Mas deve haver um porquê para tudo isso.

E tem! Há um porquê para cada situação, pois cada um deles tem uma função sintática diferente. Mas minha explicação será a mais simples possível.

Meu texto inicial traz os quatro porquês em diferentes situações e se você observar, cada um é utilizado numa situação diferente.

Dos 4, 2 são mais conhecidos, os sem acento >>> Por que e porque

Isso acontece porque muitos de vocês pensam “Se eu não sei para quê serve o acento, eu não vou usar”, não é?

 

 POR QUE (separado e sem acento)

Você utiliza em perguntas diretas ou indiretas*, no início ou no meio das orações.

Por que você não foi à minha festa?
Por que Fábio não fala comigo?
Eu quero saber por que Fábio não está falando comigo.

*Não sabe o que é uma pergunta indireta? Entenda mais abaixo.

 PORQUE (junto e sem acento)

Quando você faz uma pergunta, o que espera?
Então, é na resposta que você utiliza o PORQUE (junto e sem acento).

  • Não fui à sua festa porque minha mãe estava doente
  • “Não fui à sua festa porque eu não quis”.
  • Fábio está chateado porque você não o convidou para sua festa.

Mas você também utiliza quando afirma ou, simplesmente, fala algo.

  • Quero esclarecer porque não fui à sua festa.
  • Escrevo porque gosto.

Está entendendo até agora? Não vá embora, pois depois da explicação abaixo, você nunca mais vai errar quando precisar usar os porquês. \o/

 

Agora vamos para os outros dois – os acentuados: POR QUÊ e PORQUÊ

 POR QUÊ (separado e com acento)

Você lembra que o separado, é utilizado em perguntas, certo?

Este POR QUÊ (separado e com acento) você vai utilizar especificamente no FINAL das orações próximo ao sinal de pontuação, seja interrogação, ponto final ou exclamação.

Vou usar os exemplos já utilizados para mostrar o uso:

  • Você não foi à minha festa, por quê?
  • Dormi bastante ontem à noite. Sabe por quê?
  • Será deselegante se você perguntar novamente por quê

PORQUÊ (junto e com acento)

O último dos PORQUÊS também é utilizado em casos específicos. Ele sempre terá uma partícula para especificá-lo, seja um artigo, pronome ou qualquer outra partícula que faça a palavra ter valor de substantivo.

Diga-me um porquê.
Diga-me o porquê de você não ter ido.
Deve existir algum porquê para a atitude dela.

ATENÇÃO!

A regra não seria regra, se não tivesse uma exceção.

Às vezes utilizamos POR QUE (separado e sem acento – que utilizamos para perguntas) em uma situação diferente.

Quando você precisar utilizar o porquê em uma oração e puder substituir por  PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, PELAS QUAIS, ele será POR QUE.

“Só eu sei os problemas por que passei.” (=pelos quais)
“Desconheço as razões por que ela não foi à sua festa.” (=pelas quais)

Normalmente, você não utiliza o porquê nestes casos, mas questões como estas adoram aparecer em provas e concursos.

Explicando melhor: Pergunta indireta

Você diz: Eu quero saber por que Fábio não está falando comigo.

Eu imagino, caro leitor, que você espera uma resposta dessa indagação, certo?

Esta é uma pergunta indireta, quando você questiona algo sem que a pergunta fique clara e obvia com o uso da interrogação.

Veja outros exemplos:

  • Vanessa quer saber qual é o problema. (Pergunta direta: Vanessa quer saber: Qual é o problema?)
  • Você não me disse quem ganhou o debate. (Pergunta direta: Quem ganhou o debate?)

As perguntas diretas têm como principal característica começar com um pronome interrogativo, além, é claro, o uso da interrogação. Veja os exemplos:

  • Qual o dia da sua festa?
  • Quando foi a sua festa?
  • Quantas pessoas você convidou?

 

Na Língua Portuguesa, o uso dos porquês ainda gera muitas dúvidas e temos muitos outros casos que não expus aqui, mas se você quiser explicações mais aprofundadas é só deixar um comentário.

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